TECENDO UMA LINGUAGEM
TECENDO UMA LINGUAGEM
(Goulart Gomes, parafraseando João Cabral) Um poetrix sozinho não tece uma linguagem: ele precisará sempre de outros poetrix. De um que apanhe esse grito e o lance a outro; de um outro duplix que apanhe o grito que um poetrix antes e o lance a outro; e de outros triplix que com muitos outros poetrix se cruzem os fios de sol de seus gritos de poetrix, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os multiplix. E se encorpando em estilo, entre todos, se erguendo gênero, onde entrem todos, se multiplixando para todos, no toldo (a poesia) que plana livre de armação. A poesia toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: inspiração.
Poetrix
Enviado por Poetrix em 24/11/2006
Alterado em 21/04/2011 |