SEGUNDO MANIFESTO POETRIX
SEGUNDO MANIFESTO POETRIX
Dos males, o menor! Toda vanguarda será retaguarda: se não podemos ser eternos, sejamos pós-modernos; se não somos pós-doutores, sejamos pós-autores. Todas as ideologias estão mortas, todos os sujeitos fora de lugar. Viva o Minimalismo e vamos flanar! O poetrixta desfolha a bandeira: descerrar é melhor que dissertar. Nada se cria, tudo se copia, concluíram Bakhtin e Chacrinha. Então, vamos hiper, intra e intertextualizar, sejamos dialéticos, digitais e dialógicos. Queremos a inter/ação, queremos o simulacro, a paródia, o pastiche, o duplix, o triplix, o multiplix, o grafitrix, o clonix, o concretrix! Viva a ciberpoesia! Fazer poetrix não é fatiar uma frase em três partes. Viva a insubordinação gramatical, a desobediência civil! Abaixo as orações coordenadas e subordinadas! Fora do título não há salvação. Não mais que trinta sílabas para dizer o máximo. E viva o canibal! Viva o caeté que comeu Sardinha e viva o Cabral! Vamos privilegiar a inteligência do leitor! Que ele morda, mastigue, engula e faça a digestão. Que se vire! Abaixo os derramamentos da poesia fast-food! Dizer muito, falando pouco. Concisão e coerência. Exploremos os significados polissêmicos das frases, a riqueza semântica das palavras, valorizemos as metáforas. Queremos o salto o susto a semântica a leveza a rapidez a exatidão a visibilidade a multiplicidade a consistência Queremos o Século XXI! Vamos acordar o Novo Milênio! O poetrix é um projétil que se aloja na alma. O poetrix é um vírus em nossa memória discursiva. É a suprasíntese. Viva Bakhtin, Kristeva, Calvino, Oswald e Drummond! E viva a Poesia! E viva o Poetrix! Viva a alegria e viva um planeta chamado Bahia! Viva eu, viva tu e viva o rabo do tatu! Maior é Deus. Bahia, Brasil, 28/07/2002.
Poetrix
Enviado por Poetrix em 24/11/2006
Alterado em 21/04/2011 |